5 de junho de 2012

Pesquisa INEP: índice de repetência no Ensino Médio



Pesquisa recente divulgada pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e baseada em informações disponibilizadas pelo Censo Escolar 2011 revelou que desde 1999 não havia tanta repetência entre os alunos do Ensino Médio, sendo que esse índice chegou a 6,1% entre os alunos matriculados em instituições  privadas de ensino e foi elevado a 14,1% dentre os alunos da rede pública.

Assim, diante de tais fatos, há que se ressaltar que mesmo sendo uma taxa significativamente menor aquela medida entre os alunos de escolas particulares, tal percentual é realmente expressivo e justamente por isso merece atenção de pais e professores que devem acompanhar, conjuntamente, o desempenho escolar do aluno ao longo de todo o ano letivo, a fim de ampará-lo e corrigir seus déficits com recuperação, aulas particulares e/ou até mesmo acompanhamento psicopedagógico. Aliás, essa postura mais “acolhedora” e pró ativa por parte da instituição de ensino pode, inclusive, isentá-la de toda e qualquer reclamação futura de pais, que, inconformados com as retenções de seus filhos, por vezes, tendem a atacar as escolas em geral, exigindo delas a reversão da decisão tomada no caso em questão ou mesmo indenização equivalente aos “supostos prejuízos” por eles sofridos diante da repetência do aluno.

Em verdade, a instituição de ensino deve sinalizar aos pais, nos casos de necessária retenção, que todas as alternativas necessárias à reversão dessa decisão foram propostas anteriormente (e participadas com os próprios pais...) e que em não sendo elas praticadas (ou mesmo nos casos em que, praticadas, não tiveram o resultado prático inicialmente esperado) tal medida se faz necessária como forma de propiciar ao estudante seu maior amadurecimento, sua necessária mudança de postura em sala de aula e supressão de uma lacuna havida no seu aprendizado.

No mais, é aconselhável que o aluno repetente sinta-se parte integrante da nova turma com quem conviverá no ano letivo seguinte, de forma que então cabe ao professor acompanhar com mais ênfase o seu real desempenho, observando constantemente suas anotações, chamando-o pelo nome nas aulas e sugerindo que ele sente-se nas primeiras fileiras, para assim propiciar sua melhor participação nas atividades pedagógicas ministradas, sendo que, nesses casos, os pais devem também demonstrar mais interesse pela rotina escolar do filho retido, a fim de fazê-lo perceber que o fato dele ter “tomado bomba” não necessariamente significa o fim do mundo...

Cláudio Pereira Júnior é advogado e especialista em Direito Educacional, atuando há mais de 15 anos no setor.

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